(da matéria de Helena Daltro Pontual / Agência Senado e da Enciclopédia Viva)
O Senado homenageia, no período do expediente que antecede a sessão plenária desta terça-feira (9/XI/2010), às 14h, o cardeal Dom Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, pelos seus 90 anos de vida. O requerimento solicitando a homenagem é do senador João Faustino (PSDB-RN).
“Idealizador das comunidades eclesiais de base e da Campanha da Fraternidade, Dom Eugênio também ficou conhecido por ajudar perseguidos políticos durante o regime militar.
O senador João Faustino diz, no requerimento da homenagem, que o cardeal é uma das figuras mais proeminentes da Igreja Católica e ‘tem relevantes serviços prestados ao povo brasileiro’. O parlamentar destaca, entre as
atividades de Dom Eugênio, a criação do Movimento de Educação de Base e, com ele, as escolas radiofônicas; a criação dos primeiros sindicatos rurais; a defesa de refugiados políticos; a criação de centros de atendimentos a portadores de AIDS e a criação da pastoral carcerária.”
1920 – nasce na Fazenda Catuana, em Acari (RN), no dia 8 de novembro . De família muito católica, realizou seus primeiros estudos em Natal (RN), indo, posteriormente, para Fortaleza (CE), onde cursou filosofia e teologia.
1943 – ordenado sacerdote em em Natal.
1954 – nomeado pelo papa Pio XII, é ordenado bispo aos 33 anos em 1º de junho e toma posse em 15 de agosto como bispo auxiliar de Natal. Entre as várias iniciativas à frente da diocese implanta o Serviço de Assistência Rural, as escolas radiofônicas e a Emissora de Educação Rural, lançando as bases para a educação de adultos no Nordeste e promovendo a sindicalização rural.
1962 – administrador apostólico da arquidiocese de Natal, iniciando na quaresma deste ano a Campanha da Fraternidade em âmbito local, com a adesão de outras três dioceses do Rio Grande do Norte.
1963 – a Campanha da Fraternidade é reeditada e atinge 16 dioceses do Nordeste, sendo em dezembro assumida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tornando-se nacional já no ano seguinte.
1964 – administrador apostólico da arquidiocese de Salvador.
1968 – arcebispo de Salvador e primaz do Brasil (isto é, arcebispo da diocese mais antiga do país), tendo se destacado, entre outras atividades, pela assistência às populações do Recôncavo Baiano.
1969 – feito cardeal pelo papa Paulo VI.
1971 – arcebispo do Rio de Janeiro, função em que permaneceu até 2001, quando se aposentou. Desde então é arcebispo emérito. Neste período criou a Pastoral do Menor, a do Trabalhador e a da Terceira Idade, entre outras, e também o Instituto Pró-Família, a Casa do Padre (chamada “Cardeal Câmara”, que dá acolhimento a sacerdotes idosos e aposentados) , os centros de atendimento aos meninos de rua e os ambulatórios para portadores do vírus da Aids, prostitutas e mendigos.
1972 a 2001 – acumula a função de bispo dos fiéis de Rito Oriental do Brasil. e, no período, atua como membro de 11 congregações na Cúria Romana.
Atuou na defesa da ortodoxia católica, o que o levou a se opor à Teologia da Libertação de cunho marxista. Entre 1976 e 1982, agiu na defesa de refugiados políticos não só do Brasil, mas também dos regimes militares latino-americanos, tendo montado, então, uma rede de apoio a esses refugiados, abrigando-os, primeiramente, na sede episcopal (Palácio São Joaquim) e depois em apartamentos alugados com essa finalidade. Contou com apoio da Cáritas brasileira e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para financiar essa estadia, até conseguir asilo político a essas pessoas em países europeus.
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